Fogo Preso - MISIA

Vasco Graça Moura — Fontes Rocha

Quando se ateia em nós um fogo preso, / O corpo a corpo em que ele vai girando

/ Faz o meu corpo arder no teu

Aceso / E nos calcina e assim nos vai matando / Essa luz repentina / Até perder

alento, / E então é quando / A sombra

Se ilumina, / E é tudo esquecimento, / Tão violento e brando.

/ Sacode a luz o

nosso ser surpreso / E devastados nós

Vamos a seu mando, / Nessa prisão o mundo perde o peso / E em fogo preso à

noite as chamas vão pairando / E vãose

Libertando / Fogo e contentamento, / A revoar num bando / De beijos tão sem

tento / Que não sabemos quando /

São fogo, ou água, ou vento, / A revoar num bando / De beijos tão sem tento,

/ Que perdem o comando / Do próprio

Esquecimento.

/ Para Fontes Rocha com carinho e admiração

Vasco Graça Moura — Fontes Rocha

Quando in noi si accende un fuoco intrappolato, / Il corpo a corpo in cui gira

/ Fa bruciare il mio corpo nel tuo

On / E ci brucia e ci uccide / Questa luce improvvisa / Finché non perdiamo

respiro, / E poi è quando / L'ombra

Si illumina, / Ed è tutto oblio, / Così violento e morbido.

/ Scuoti la luce

il nostro essere sorpreso / E ci ha devastato

Andiamo al tuo comando, / In questa prigione il mondo perde peso / E nel fuoco

notte le fiamme aleggiano / E se ne vanno

Rilascio / Fuoco e appagamento, / Volare in uno stormo / Dal baciarsi così senza

Ci provo / Che non sappiamo quando /

Sono fuoco, o acqua, o vento, / Volare in uno stormo / Di baciarsi così senza meta,

/ Che perdono il comando / Di loro

Dimenticanza.

/ A Fontes Rocha con affetto e ammirazione