Diário De Um Detento - Seu Jorge, Racionais MC's
С переводом

Diário De Um Detento - Seu Jorge, Racionais MC's

  • Год: 2011
  • Язык: portoghese
  • Длительность: 8:13

Di seguito il testo della canzone Diário De Um Detento , artista - Seu Jorge, Racionais MC's con traduzione

Testo " Diário De Um Detento "

Testo originale con traduzione

Diário De Um Detento

Seu Jorge, Racionais MC's

Оригинальный текст

São Paulo, dia 1º de outubro de 1992, 8h da manhã

Aqui estou, mais um dia

Sob o olhar sanguinário do vigia

Você não sabe como é caminhar

Com a cabeça na mira de uma HK

Metralhadora alemã ou de Israel

Estraçalha ladrão que nem papel

Na muralha, em pé, mais um cidadão José

Servindo o Estado, um PM bom

Passa fome, metido a Charles Bronson

Ele sabe o que eu desejo

Sabe o que eu penso

O dia tá chuvoso, o clima tá tenso

Vários tentaram fugir, eu também quero

Mas de um a cem, a minha chance é zero

Será que Deus ouviu minha oração?

Será que o juiz aceitou a apelação?

Mando um recado lá pro meu irmão:

«Se tiver usando droga, tá ruim na minha mão»

Ele ainda tá com aquela mina?

Pode crer, moleque é gente fina

Tirei um dia a menos ou um dia a mais, sei lá…

Tanto faz, os dias são iguais

Acendo um cigarro, e vejo o dia passar

Mato o tempo pra ele não me matar

Homem é homem, mulher é mulher

Estuprador é diferente, né?

Toma soco toda hora, ajoelha e beija os pés

E sangra até morrer na rua 10

Cada detento uma mãe, uma crença

Cada crime uma sentença

Cada sentença um motivo, uma história

De lágrima, sangue, vidas e glórias

Abandono, miséria, ódio, sofrimento

Desprezo, desilusão, ação do tempo

Misture bem essa química

Pronto: eis um novo detento

Lamentos no corredor, na cela, no pátio

Ao redor do campo, em todos os cantos

Mas eu conheço o sistema, meu irmão, hã…

Aqui não tem santo

Rátátátá… preciso evitar

Que um safado faça minha mãe chorar

Minha palavra de honra me protege

Pra viver no país das calças bege

Tic, tac, ainda é 9h40

O relógio da cadeia anda em câmera lenta

Ratatatá, mais um metrô vai passar

Com gente de bem, apressada, católica

Lendo jornal, satisfeita, hipócrita

Com raiva por dentro, a caminho do Centro

Olhando pra cá, curiosos, é lógico

Não, não é não, não é o zoológico

Minha vida não tem tanto valor

Quanto seu celular, seu computador

Hoje, tá difícil, não saiu o sol

Hoje não tem visita, não tem futebol

Alguns companheiros têm a mente mais fraca

Não suportam o tédio, arruma quiaca

Graças a Deus e à Virgem Maria

Faltam só um ano, três meses e uns dias

Tem uma cela lá em cima fechada

Desde terça-feira ninguém abre pra nada

Só o cheiro de morte e Pinho Sol

Um preso se enforcou com o lençol

Qual que foi?

Quem sabe?

Não conta

Ia tirar mais uns seis de ponta a ponta

Nada deixa um homem mais doente

Que o abandono dos parentes

Aí, moleque, me diz, então: cê quer o quê?

A vaga tá lá esperando você

Pega todos seus artigos importados

Seu currículo no crime e limpa o rabo

A vida bandida é sem futuro

Sua cara fica branca desse lado do muro

Já ouviu falar de Lúcifer?

Que veio do Inferno com moral um dia

No Carandiru, não, ele é só mais um

Comendo rango azedo com pneumonia

Aqui tem mano de Osasco, do Jardim D’Abril, Parelheiros

Mogi, Jardim Brasil, Bela Vista, Jardim Angela

Heliópolis, Itapevi, Paraisópolis

Ladrão sangue bom tem moral na quebrada

Mas pro Estado é só um número, mais nada

Nove pavilhões, sete mil homens

Que custam trezentos reais por mês, cada

Na última visita, o neguinho veio aí

Trouxe umas frutas, Marlboro, Free

Ligou que um pilantra lá da área voltou

Com Kadett vermelho, placa de Salvador

Pagando de gatão, ele xinga, ele abusa

Com uma nove milímetros embaixo da blusa

«Aí, neguinho, vem cá, e os manos onde é que tá?

Lembra desse cururu que tentou me matar?»

«Aquele puta ganso, pilantra, corno manso

Ficava muito doido e deixava a mina só

A mina era virgem e ainda era menor

Agora faz chupeta em troca de pó!»

«Esses papos me incomoda

Se eu tô na rua é foda…»

«É, o mundo roda, ele pode vir pra cá.»

«Não, já, já, meu processo tá aí

Eu quero mudar, eu quero sair

Se eu trombo esse fulano, não tem pá, não tem pum

E eu vou ter que assinar um cento e vinte e um.»

Amanheceu com sol, dois de outubro

Tudo funcionando, limpeza, jumbo

De madrugada eu senti um calafrio

Não era do vento, não era do frio

Acertos de conta tem quase todo dia

Tem outra logo mais, eu sabia

Lealdade é o que todo preso tenta

Conseguir a paz, de forma violenta

Se um salafrário sacanear alguém

Leva ponto na cara igual Frankenstein

Fumaça na janela, tem fogo na cela

Fudeu, foi além, se pã!, tem refém

A maioria se deixou envolver

Por uns cinco ou seis que não têm nada a perder

Dois ladrões considerados passaram a discutir

Mas não imaginavam o que estaria por vir

Traficantes, homicidas, estelionatários

Uma maioria de moleque primário

Era a brecha que o sistema queria

Avise o IML, chegou o grande dia

Depende do «sim» ou «não» de um só homem

Que prefere ser neutro pelo telefone

Ratatatá, caviar e champanhe

Fleury foi almoçar, que se foda a minha mãe!

Cachorros assassinos, gás lacrimogêneo…

Quem mata mais ladrão ganha medalha de prêmio!

O ser humano é descartável no Brasil

Como modess usado ou bombril

Cadeia?

Guarda o sistema não quis

Esconde o que a novela não diz

Ratatatá!

sangue jorra como água

Do ouvido, da boca e nariz

«O Senhor é meu pastor», perdoe o que seu filho fez

Morreu de bruços no Salmo 23

Sem padre, sem repórter

Sem arma, sem socorro

Vai pegar HIV na boca do cachorro

Cadáveres no poço, no pátio interno

Adolf Hitler sorri no inferno!

O Robocop do governo é frio, não sente pena

Só ódio e ri como a hiena

Ratatatá, Fleury e sua gangue

Vão nadar numa piscina de sangue

Mas quem vai acreditar no meu depoimento?

Dia 3 de outubro, diário de um detento…

Перевод песни

San Paolo, 1 ottobre 1992, 8 am

Eccomi, ancora un giorno

Sotto lo sguardo sanguinario del guardiano

Non sai com'è camminare

Con la testa nel mirino di un HK

Mitragliatrice tedesca o israeliana

Distruggi un ladro come carta

Sul muro, in piedi, un altro cittadino José

Al servizio dello Stato, un buon PM

Affamato, bloccato con Charles Bronson

Sa cosa voglio

Sai cosa penso

La giornata è piovosa, il clima è teso

Diversi hanno cercato di scappare, anch'io voglio

Ma da cento, la mia possibilità è zero

Dio ha ascoltato la mia preghiera?

Il giudice ha accolto il ricorso?

Mando un messaggio a mio fratello:

«Se fai uso di droghe, mi sta male in mano»

Ha ancora quella ragazza?

Puoi crederci, i bambini sono brave persone

Ho impiegato un giorno in meno o un giorno in più, non so...

Comunque, i giorni sono gli stessi

Accendo una sigaretta e vedo passare la giornata

Io ammazzo il tempo in modo che lui non uccida me

L'uomo è uomo, la donna è donna

Lo stupratore è diverso, giusto?

Prendi sempre pugni, inginocchiati e bacia i piedi

E morte dissanguato sulla strada 10

Ogni detenuto una madre, una convinzione

Ogni crimine una sentenza

Ogni frase una ragione, una storia

Di lacrime, sangue, vite e glorie

Abbandono, miseria, odio, sofferenza

Disprezzo, disillusione, azione meteorologica

Mescola bene questa chimica

Pronto: ecco un nuovo detenuto

Lamenti nel corridoio, nella cella, nel cortile

Intorno al campo, in ogni angolo

Ma conosco il sistema, fratello mio, uh...

Non c'è nessun santo qui

Rátátátá… Devo evitare

Che un bastardo faccia piangere mia madre

La mia parola d'onore mi protegge

Vivere nel paese dei pantaloni beige

Tic tac, sono ancora le 9:40

L'orologio del carcere funziona al rallentatore

Ratatatá, passerà un altro metro

Con gente buona, frettolosa, cattolica

Leggendo il giornale, soddisfatto, ipocrita

Arrabbiato dentro, sulla strada per il centro

Guardando qui, curioso, ovviamente

No, non è, non è lo zoo

La mia vita non vale molto

Per quanto riguarda il tuo cellulare, il tuo computer

Oggi è difficile, non è uscito il sole

Oggi non c'è visitatore, non c'è calcio

Alcuni compagni hanno una mente più debole

Non sopportano la noia, fai le valigie

Grazie a Dio e alla Vergine Maria

Manca solo un anno, tre mesi e pochi giorni

C'è una cella chiusa al piano di sopra

Da martedì nessuno apre per niente

Solo l'odore della morte e del sole di pino

Un prigioniero si è impiccato con il lenzuolo

Cos'era?

Chi lo sa?

non conta

Ne avrei presi altri sei da un capo all'altro

Niente rende un uomo più malato

Che l'abbandono dei parenti

Allora, ragazzo, dimmi, poi: cosa vuoi?

Il posto vacante è lì che ti aspetta

Ottieni tutti i tuoi articoli importati

Il tuo curriculum in crimine e ti pulisce il culo

La vita del bandito è senza futuro

La tua faccia diventa bianca su questo lato del muro

Mai sentito parlare di Lucifero?

Chi è venuto dall'inferno con la morale un giorno

No Carandiru, no, è solo un altro

Mangiare rango acido con la polmonite

Ecco il fratello di Osasco, di Jardim D'Abril, Parelheiros

Mogi, Jardim Brasil, Bela Vista, Jardim Angela

Heliopolis, Itapevi, Paraisópolis

Il buon ladro di sangue ha infranto la morale

Ma per lo Stato è solo un numero, niente di più

Nove padiglioni, settemila uomini

Che costava trecento reais al mese, ciascuno

Durante l'ultima visita, il neguinho è venuto lì

Ha portato della frutta, Marlboro, gratis

Ha detto che è tornato un truffatore della zona

Con targa rossa Kadett, Salvador

Pagando con gatão, maledice, abusa

Con un nove millimetri sotto la camicetta

«Ehi, negro, vieni qui, e fratelli, dove sei?

Ricordi quel bastone che ha cercato di uccidermi?»

«Quella cagna oca, canaglia, come un cornuto addomesticato

Sono diventato davvero pazzo e ho lasciato il mio in pace

La mina era vergine e ancora minorenne

Adesso fa un ciuccio in cambio di polvere!»

«Queste chiacchiere mi danno fastidio

Se sono per strada, cazzo...»

«Sì, il mondo gira, può venire qui.»

«No, già, già, il mio processo c'è

Voglio cambiare, voglio andarmene

Se mi imbatto in questo ragazzo, non ha una pala, non ha scoreggia

E dovrò firmarne centoventuno».

L'alba era soleggiata, 2 ottobre

Tutto funzionante, pulizia, jumbo

La mattina presto ho sentito un brivido

Non c'era vento, non faceva freddo

Gli insediamenti dei conti sono quasi tutti i giorni

Ce n'è un altro presto, lo sapevo

La lealtà è ciò che ogni prigioniero cerca

Raggiungere la pace, in modo violento

Se un mascalzone fa casino con qualcuno

Prende punto in faccia come Frankenstein

Fumo nella finestra, c'è fuoco nella cella

Fudeu, andato oltre, se pan!, ha un ostaggio

La maggioranza è stata coinvolta

Per tipo cinque o sei che non hanno niente da perdere

Due presunti ladri iniziarono a discutere

Ma non immaginavano cosa sarebbe successo

Spacciatori, assassini, truffatori

La maggior parte dei bambini primari

Era il divario voluto dal sistema

Avvisa l'IML che il grande giorno è arrivato

Dipende dal «sì» o dal «no» di un solo uomo

Chi preferisce essere neutrale al telefono

Ratatatá, caviale e champagne

Fleury è andata a pranzo, vaffanculo a mia madre!

Cani assassini, gas lacrimogeni...

Chi uccide il maggior numero di ladri vince la medaglia!

L'essere umano è usa e getta in Brasile

Come modalità usate o bombardiere

Catena?

Salvare il sistema non voleva

Nasconde ciò che il romanzo non dice

Ratata!

il sangue sgorga come acqua

Dall'orecchio, dalla bocca e dal naso

«Il Signore è il mio pastore», perdona ciò che ha fatto tuo figlio

Morto a faccia in giù nel Salmo 23

Nessun prete, nessun giornalista

Nessuna arma, nessun aiuto

Avrai l'HIV nella bocca del cane

Cadaveri nel pozzo, nel cortile interno

Adolf Hitler sorride all'inferno!

Il governo Robocop è freddo, non si sente dispiaciuto

Solo odio e risate come la iena

Ratatatá, Fleury e la loro banda

Vai a nuotare in una pozza di sangue

Ma chi crederà alla mia testimonianza?

3 ottobre, diario di un detenuto...

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